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São Carlos (cidade natal), SP, Brazil
Sou Doula e Psicóloga. Atendo em consultório na Vila Prado em São Carlos SP. Formada em Psicologia pela UFU em 1996, fiz Aprimoramento Profissional em Psicologia Hospitalar pela PUC/Camp em 1998, formação de Educadora Perinatal pelo Grupo de Apoio à Maternidade Ativa em 2004, e Curso de Extensão em Preparação Psicológica e Física para a Gestação, Parto, Puerpério e Aleitamento pela UNICAMP em 2006, onde neste mesmo ano, participei da palestra "Dando à luz em liberdade - Parto e Nascimento como Evento Familiar" com a parteira mexicana Naolí Vinaver Lopez. O que é uma doula? Uma mulher experiente que serve (ajuda)outra mulher durante o trabalho de parto e o pós-parto. Sou doula e psicóloga. Atendendo em consultório particular na Vila Prado em São Carlos SP Contato: vaniacrbezerra@yahoo.com.br (16) 99794-3566

quinta-feira, 20 de maio de 2010

SEGURANÇA

Essa doulagem foi bem diferente. Foi a primeira vez em que eu fui procurado pelo obstetra, bem antes, da gestante. Nos seguintes termos: "estou pensando em encaminhar uma gestante para vc, mas antes preciso saber como você trabalha".

Sem problemas!

Lá fomos eu e Fre, no dia marcado, conversar, e a conversa foi até que tranquila. Apesar do profissional ter receio de parto normal, e isso ficar claro nas histórias tristes que contou, a preocupação era proporcionar para a sua paciente o parto normal que ela queria. Me pareceu uma preocupação legítima, e depois de conversar sobre o que seria o papel de cada uma, sendo que a minha principal função seria realmente empoderar o casal para que ficassem o máximo possível em casa, aceitamos trabalhar em parceria.

Alguns dias depois a moça me ligou, marcamos o dia para iniciar a preparação. Não pude ir na primeira reunião, a Fre foi sózinha, e depois disso fizemos mais três ou quatro reuniões, assistindo flmes e tirando dúvidas, como sempre.

Passadas as 40 semanas a moça fez algumas sessões de acupuntura, para estimular o bebê a nascer, pois percebeu que a ansiedade do profissional estava ficando bem grande. Então, antes que chegasse a 41 tentaram dar uma estimulada.

Num domingo de manhã meu telefone tocou. Era a moça, dizendo que estava com contrações desde as 5h30 da manhã. Estava muito calma. Ela e o marido deram muita risada dizendo que o bebê não tinha deixado dormirem até mais tarde, e tinha resolvido nascer no dia mais caro! (Partos no domingo são mais caros). Mas era só piadinha mesmo, nada que tivesse importância real, nada que representasse algo mais do que motivo para risadas.

Conversamos e combinamos que ela me chamaria quando as contrações estivessem mais próximas. Ao longo da tarde trocamos alguns torpedos, ela contou que os pais dela tinham chegado, estavam muito calmos assistindo tv, e ela estava tirando cochilos.

Chamou lá pelas 8 e tanto da noite. Agora as contrações estavam ficando mais regulares e próximas. Chegamos eu e Fre na casa dela, perto das 21h00.

Quando chego costumo, depois de me ambientar, ou seja, depois de alguns minutos, passada a fase das apresentações, marcar o intervalo e a duração das contrações para começar a ter idéia de a quantas anda a dilatação. Marquei 21h08 - 21h11 - 21h16 - 21h20. Todas durando cerca de 45 segundos. A moça muito tranqüila.

Eu e Fre começamos a inflar a piscina, e mais algum tempo depois começamos a enchê-la com água da torneira da cozinha, em esquema de revezamento. Água quentinha.

Enquanto isso fizemos massagem, ela foi para o chuveiro, o marido trouxe um sonzinho com músicas relaxantes. Ela começou a manifestar um pouco mais de dor, foi para a banheira. Os pais continuavam vendo tv na sala, super tranquilos. A mãe dela de vez em quando vinha dar uma olhadinha, perguntava se precisávamos de alguma coisa. Estava tudo bem.

Depois das 23h30 ela começou a ter contrações de dois em dois minutos e às vezes pareciam não ter intervalo entre uma e outra. Aconteceu duas vezes. O bebê continuava se mexendo bastante, bolsa íntegra, moça um pouco inquieta, deu alguns pequenos murros na borda da banheira, e mãe dela se assustou um pouco, mas diante da nossa tranqüilidade, minha e da Fre, ela se acalmou de novo. Fiz sinal para a Fre de 7 cm, ela ficou emocionada.

Dali a pouco achei que era uma boa idéia começarmos a nos arrumar para ir para a maternidade, pq a moça mora um pouco longe, seriam mais de vinte minutos até lá, e estando com contrações de 2 em 2 minutos, fiquei receosa de que o trajeto fosse muito sofrido para ela, resultando em descarga de adrenalina.

Então com bastante calma, colocaram as malas no carro, e os pais dela foram tb para a maternidade. Eu com o casal, no carro deles, a Fre no carro dela, e os pais da moça no carro deles. Quase uma carreata! rsrsrs

Domingo à noite, movimento de moçada andando com o carro a 10 por hora para paquerar. E mesmo assim o casal muuuuito tranquilo. Chegamos na maternidade, e no exame de admissão a enfermeira constatou 8cm e colo bem fino. Bolsa íntegra. BCF absolutamente tranquilizadores.

Fomos para o quarto. Ela e o marido, eu e Fre. Os pais dela, bem calmos, aguardando na recepção. Tudo lindo, claro, perfeito. Não dava para ser melhor.

A moça muito centrada, embaixo do chuveiro, gemendo um pouco durante as contrações. A Fre fazendo massagens, todos sorridentes em volta.

O médico chegou. De cara reclamando que o banheiro estava quente demais, e pedindo que ela fosse para a cama para ser examinada novamente. Veja: exame de toque menos de meia hora depois dela ter sido examinada pela enfermeira obstetra.

A moça foi para a cama. Fez o toque, fez uma careta e disse que realmente estava com oito de dilatação, mas o bebê estava ainda muito aaaaaaalto. E me pediu que eu pegasse sei lá o que para romper a bolsa. Fingi que não escutei, cruzei o olhar com o da Fre, ela estava com os olhos arregalados e a boca torcida. A minha cara devia estar muito pior. Olhei para fora, pela janela aberta e vi estrelas no céu.



Uma noite linda, e um parto que tinha tudo para ser lindo, e o segundo erro sendo cometido em menos de 10 minutos. O médico levantou, pegou o treco sózinha, rompeu a bolsa, saiu um jato de líquido claro, cheiro característico. Tudo tranquilizador. O bem estar do feto até aí era inequívoco.

MAS... Para quem não sabe, vou explicar: prolapso de cordão é uma dos piores coisas que pode acontecer num parto normal: quando uma parte do cordão sai antes do bebê. Se a cabeça do feto descer pelo canal de parto e pressionar o cordão contra a bacia pélvica o fluxo sanguíneo é interrompido e o bebê nasce muito mal SE conseguir nascer. A cesárea precisa ser muuuuito rápida. É muito raro de acontecer, e na maioria das vezes quando acontece, é pq o bebê estava alto e a bolsa foi rompida pelo profissional de saúde que deveria estar ali para garantir a SEGURANÇA. E cesárea muito rápida numa maternidade que não tem anestesista de plantão é impossível. Isso ficou claro? Romper bolsa com bebê alto na maternidade de São Carlos é muito mais perigoso do que no resto do país, pq o anestesista precisa ser chamado e demora no mínimo dez minutos para chegar.

Ok. O prolapso não aconteceu, graças a Deus.

Depois disso o médico disse que a moça poderia voltar para o chuveiro se quisesse, e e ela quis. Bom... quem sabe agora o bebê nasce rápido e fica tudo bem?

Acontece que depois que a bolsa rompe as dores aumentam bastante de intensidade. Passadas algumas contrações a mulher se acostuma com a nova intensidade e re-encontra seu equilíbrio. A moça passou a verbalizar um pouco mais alto durante as contrações. E o médico perguntou 3 vezes: "numa escala de zero a dez, quanto está doendo?

Na primeira vez a moça respondeu "10" e ele respondeu: "10 é muuuuito aaaalto! Precisa melhorar"!

Na segunda vez a moça respondeu "8", e ele disse: "aaaah, agora melhorou um pouco, mas ainda está alto"!

E na terceira vez eu arregalei os olhos e fiz um gesto com as mãos, pedindo para o médico parar com isso!

Ele perguntou em voz alta e grossa, parecendo um trovão: (erro: não falar baixo).

- O que foi Vânia?

Eu respondi em voz baixa:

- Pare de chamar a atenção dela para a dor.

E ele disse:

- "Eu acho que as coisas não são assim não! Ai que exagero! Eu só quero saber se ela está se sentindo bem"!

E eu repeti: "então pare de chamar a atenção dela para a dor".

Veio mais uma contração e a moça deu uns murros de leve na parede. E ninguém estaria preparado para o que vimos a seguir: a moça estava de cabeça baixa, completamente na partolândia, centrada, calma, lidando muito bem com a dor, e deu um ou dois murros na parede. Qual a importância disso? Nenhuma! Para quem já viu partos, dar pequenos murros na parede no período final de transição, ou ficar brava com a equipe, mandar o marido sair... tirar toda a roupa e andar nua pela casa ou pelo quarto, gritar o quanto quiser, falar palavrões... nada disso é preocupante! O contrário, quando a moça se fecha, não fala um "Ai" e fica boazinha o tempo todo, hum... o parto começa a arrastar. Enquanto não soltar os cachorros não nasce sabe? Então a nossa moça estava indo super bem!

Pois bem. Para o espanto de todos o médico foi lá, pegou a moça pelos cabelos e os puxou para trás, de modo a obrigá-la a olhar para cima, olhar para ele nos olhos, e disse algo como: "assim não pode"! Quase podemos traduzir como: "você não está sendo uma boa menina"!

Eu, Fre e o marido trocamos olhares espantados. Eu me levantei e sugeri que a moça se levantasse e fizesse um movimento com os quadris, colocando um pé sobre a cadeira e balançando para a frente, para ajudar o bebê a descer. Isso não era necessário. Mas foi o jeito que encontrei de entrar no meio entre a moça e o médico.

Ele saiu reclamando de novo que o banheiro estava quente demais. Em alguns minutos voltou e disse que queria examinar a moça de novo. Lá foi a moça para a cama, colocar-se de barriga para cima.

Pois é... mais um desfile de coisas que não se deve fazer. Ele não fez um exame de toque, ele simplesmente não tirou mais a mão de dentro da vagina da moça. E algum tempo depois ela disse: "pronto, acabei de dilatar tudo".

Traduzindo: ao fazer o exame de toque abriu os dedos e forçou o colo do útero a dilatar mais rápido. Se eu falar aqui os danos que isso pode causar daria um livro. Rapidamente, posso dizer: possibilidade aumentada de incontinência cervical na próxima gestação. O que é isso: o cervix não dilatou sózinho, no ritmo dele. Foi forçado a abrir muito rápido. E pode não fechar mais com tanta eficiência. Na próxima gestação ele simplesmente pode começar a abrir antes da hora, resultando em necessidade de repouso para não perder o bebê.

O médico pediu para trazer o cardiotoco. (exame que não dve ser feito rotineiramente em gestante de baixo risco). Aparelho instalado, mãe há mais de meia hora deitada de barriga para cima, e o médico a orientava a fazer a famosa força comprida. E ainda ficava bravo quando a moça parava para respirar!!!

Meu Deus, a moça ficava roxa de tanto fazer força e o médico ficava bravo quando ela respirava!

E disse: "Você tem que ajudar senão nós vamos ficar aqui até que horas"?!




A Fre se aproximou de mim. Falei: "Fre, prepara o coração que vai virar cesárea. Ele não vai aguentar esperar o bebê descer. Não há mais nada que possamos fazer".

A Fre foi embora chorando, pediu que eu desse uma desculpa para o casal, dissesse que ela estava com uma dor de cabeça insuportável, sei lá... qq coisa.

Eu não via os números do cardiotoco de onde estava. GraçasaDeus, pq eram péssimos. Chegava a 60.

O médico pediu que aplicassem duas ampolas de glicose na veia da moça. Aplicaram. e deixaram o soro.
A enfermeira me olhava com expressão de consternação, de dó da moça, de espanto, de indignação tendo que ser disfarçada. Tudo o que eu mesma tb estava sentindo.

Aí o médico disse que o bebê tinha descido e que ela já podia ser levada para o centro obstétrico. Ia nascer! Minha previsão estava errada, ainda bem!

Fomos indo para o Centro Obstétrico. O marido foi se trocar, e eu junto com a enfermeira nos trocamos para entrar. Quando abrimos a porta e estávamos no pequeno corredor que leva às salas cirúrgicas, a médica passou por nós correndo e falou para a enfermeira, com expressão de pânico: PREPARA A CESÁREA ENQUANTO EU CHAMO O AUXILIAR E O ANESTESISTA.

A enfermeira me olhou e disse: - "Vânia, em cesárea vc não pode entrar".

É que eu tinha ficado congelada no meio do corredor, imaginando o que teria acontecido!

Quando estava saindo vi o auxiliar chegando correndo. Não vi o anestesista.

Saí, fui para o quarto ajudar a arrumar. Parecia um açougue de tanto sangue espalhado. Nunca vi um quarto daquele jeito, nem depois que o bebê nasce, quando um certo nível de sangramento é esperado.

Vieram tb as auxiliares, arrumamos tudo, a faxineira veia e limpou o chão. Parecia que nada demais tinha acontecido ali. Mas meu coração estava pesado. Será que eu poderia ter previsto que o despreparo do médico era tão grande? Que quando ele disse que os partos que ele acompanha sempre terminam em cesárea, eu poderia ter imaginado que ele maltratava as pacientes, que não fazia a menor idéia do que significar ser obstetra = obstar: ficar junto e observar, e entrar em cena somente nos poucos casos em que isso é necessário? E se eu tivesse previsto? Como é que fica uma doula que é procurado pela médico, que diz que seus partos terminam em cesárea e ele precisa de ajuda. Aí eu digo para a moça: "olha, esse médico não tá me parecendo confiável"? E não poderia ter feito isso.

Fui procurar os pais dela, eles estavam em frente ao vidro do berçário. A pediatra, linda, atenciosa, veio, perguntou se eles queriam ver o bebê e os levou lá dentro do berçário, pq o bebê estava no oxigênio e não podia ser trazido até o vidro.

Em voz baixa, para mim, ela disse: "Vânia, eu assustei. Nasceu muito mal. Reagiu rápido e vai ficar tudo bem... mas foi um baita susto".

Falei com o pai antes de ir embora. Não me lembro se falei com a moça! O pai me disse que estava preocupado que ela ficasse muito triste, que talvez ficasse deprimida... conversamos um pouco sobre isso, e procurei tranquilizá-lo.

Falei com ela por telefone algumas vezes antes de visitá-la. Minha consciência pesava. Me sentia culpada por tê-la deixado passar por aquilo.

Quando fui, a mãe dela ainda estava com ela, e ela já subia e descia escadas com um pouco mais de facilidade. Conversamos sobre como ela tinha se sentido. Estava tudo bem até aí. O marido chegou. Neste ponto da conversa estávamos começando a falar sobre o comportamento do médico. A moça disse: "eu tenho dúvidas se elaefez certo ao romper a bolsa". E o marido respondeu em tom um pouco severo: "tivemos 9 meses para escolher o médico e vamos continuar confiando nele. Se formos questionar agora os profissioanis que contratamos também vamos ter que pensar se a Vânia tinha razão ao nos dizer que parto normal é seguro"!

A conversa morreu. A moça estava pronta para saber que seu corpo não falhou, mas o marido ainda estava muito chocado com a cesárea de urgência. Era cedo demais para esclarecer o que tinha acontecido. Era preciso deixar a amamentação e o vínculo se firmarem, e aos poucos talvez eles se dessem conta sem termos, eu e Frê, que forçá-los a enxergar o quadro todo.

Eu e Fre conversamos muito sobre isso. Resolvemos dar tempo ao tempo. Nós mesmas tinhamos muitas duvidas sobre se poderíamos ter feito alguma coisa naquele momento, mas o que? Chamar o casal de lado e dizer: "olha, os procedimentos dele são desnecessários e inadequados, achamos que vcs deviam mandá-lo embora e chamar outro profissional"?

Doulas não podem fazer isso. Não é da nossa alçada questionar procedimentos médicos. Nosso dever é dar suporte físico e emocional ao casal, e cumprimos nosso papel muito bem. Se estudamos Medicina Baseada em Evidências, e sabemos que há muito tempo está provado que bolsa não deve ser rompida com bebê alto, que não se deve mandar a mulher fazer força comprida que isso faz baixar a oxigenação do feto, que mulheres gestantes não devem ser mantidas de barriga para cima que isso faz baixar a oxigenação do feto, que o colo do útero deve dilatar a seu tempo para o benefício de todos... etc... o que podemos fazer quando o médico não sabe? Nada!

Eu só pedi para ele parar de chamar a atenção dela para a dor e ele ficou muito ofendido! Dali para a frente não olhou mais prá mim e procurava fingir que eu não estava mais ali.

O que eu poderia ter feito? Infelizmente nada.

Tanto o casal quanto o bebê estão fisicamente bem.

Podemos dizer que faz quase um ano, e temos notícia que esse profissional continua tentando acertar. Para o bem das pacientes dela, espero que ele consiga.

Ao casal: espero que um dia vocês saibam, no coração mais do que nas idéias, que parto normal é seguro. Que muita gente resolve não ter parto domiciliar em nome da SEGURANÇA. Pois segurança foi o que vocês não encontraram no hospital.

Ao médico, caso um dia se reconheça nesta postagem. Minhas declarações sobre seus erros podem ser mais esclarecidas em:

Enkin, e outros: GUIA PARA ATENÇÃO EFETIVA NA GRAVIDEZ E NO PARTO. Ed. Guanabara-Koogan, RJ, RJ. 2000, terceira edição.



OMS - MATERNIDADE SEGURA - ASSISTÊNCIA AO PARTO NORMAL - UM GUIA PRÁTICO. Genebra, 1996.


Quando o senhor disse: "você precisa me ajudar senão vamos ficar aqui até que horas"?! demonstrou sua falta de amor. Sua única preocupação era não passar a noite toda acordado.

"É preciso ter amor. Sem amor nós não passamos de bem intencionados"
Frederick Leboyer


Sinto muito por ter sido testemunha de um parto com violência, que quase teve resultado funesto. Gostaria de pensar que isso nunca mais aconteceu. Mas sei que não é verdade.

Ao bebê: espero que sua vida seja linda e clara como a noite em que você nasceu. Conte sempre comigo se algum dia suspeitar que o modo como vc nasceu está afetando sua capacidade de confiar no próximo e amar. Mas tenho quase certeza de que o amor e dedicação dos seus pais poderá minimizar os efeitos traumáticos daquela noite.

Amo vocês.

Vânia. (chorando pela centésima vez ao lembrar do que foi e saber como poderia ter sido).

3 comentários:

  1. Eu já tinha ouvido essa história, mas lê-la foi muito doloroso.
    Que dizer de um colega que não se atualiza, que não conhece o que há de novo no conhecimento da área que atua? Infelizmente, temos que dizer que isso corresponde à maioria dos obstetras por aqui.
    Cabe à mulher buscar informação para obter o melhor cuidado.
    E você, como doula, não poderia ter feito diferente naquele momento....
    Força aí, querida, precisamos mudar o mundo....começando por São Carlos!

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  2. Poxa Vânia querida, veja se não exclui meu comentário agora, rsrsrsrs. Chorei de novo, mas por você e pela Frê, um pouco por esse casal. Sei que doula não pode questionar médico, mas sei também que os casais podem e não o fazem. Aliás, muitos nos procuram, mas não confiam em nós. Sinto-me desrespeitado como mulher, como doula e como ser humano quando leio esse tipo de relato. Partilho a sua dor e já chorei muito ao saber de partos desrespeitados. Continuemos a luta, você e a galera dai mudam São Carlos, eu, a RÔ, a Luiza, a Ana Carolina e quem mais vier, vamos mudar Araraquara.
    Beijos

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  3. Nossa que revoltante! Quanto falta de respeito!

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