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São Carlos (cidade natal), SP, Brazil
Sou formada em Psicologia pela UFU em 1996, fiz Aprimoramento Profissional em Psicologia Hospitalar pela PUC/Camp em 1998, formação de Educadora Perinatal pelo Grupo de Apoio à Maternidade Ativa em 2004, e Curso de Extensão em Preparação Psicológica e Física para a Gestação, Parto, Puerpério e Aleitamento pela UNICAMP em 2006, onde neste mesmo ano, participei da palestra "Dando à luz em liberdade - Parto e Nascimento como Evento Familiar" com a parteira mexicana Naolí Vinaver Lopez. O que é uma doula? Uma mulher experiente que serve (ajuda)outra mulher durante o trabalho de parto e o pós-parto. Fui doula por 18 anos. Sigo agora como psicóloga atendendo em consultório particular na Vila Prado em São Carlos-SP Contato: vaniacrbezerra@yahoo.com.br (16) 99794-3566

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Relato de Parto da Gisele Reis


Publico agora um relato escrito pela própria Gisele. É muito legal poder ler um relato escrito pela própria mãe, e ainda mais neste caso porque traz a exata noção da importância que essa experiência empoderadora trouxe para ela, e a diferença que fez na sua vida.

Não vou dizer que será sempre assim. Sim, existem casos em que mesmo estando com uma equipe com excelentes referências, no dia alguma coisa simplesmente não funciona bem, e a experiência não será tão linda, podendo algumas vezes ser até traumática, pois as sensibilidades são diferentes e as coisas que a gente faz com a intenção de ajudar podem se tornar exatamente o que atrapalha tudo.

No caso da Gisele eu fiquei muito muito feliz porque antes do parto ela me parecia uma pessoa um pouco  apegada a rotinas, de modo que as surpresas do trabalho de parto poderiam se tornar um empecilho. Mas não, ela foi se adaptando, muito concentrada em si mesma e no parto, soltando sua filha graça e força, muita força!

O que dizer além do óbvio? AMO essa vida de doula!

Vânia C. R. Bezerra

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Minha querida mãe, após um aneurisma cerebral dia (31/05/2012, ela tem 53 anos) desenganada
pelos médicos, andou pela 1a vez no dia 2/11/2012, revelando-se a mulher forte, guerreira que é!
E foi essa mulher forte poderosa também em que o meu parto me transformou, que pude ter forças,
perseverança e muito amor, para que eu pudesse cuidar daquela que me gerou, pariu, cuidou, amou...


É!.... "Trabalho de parto." Me jogo aos seus pés! Te venero, pois você me transformou! 
Obrigada Letícia, minha flor, meu anjo de cabelos dourados e olhos azuis, você é a minha vida!
Obrigada por você ser minha filha! Junto com você, nasci!
Obrigada Eduardo, meu eterno amor, meu homem, meu rei, meu parceiro!
Obrigada mamãe, por ter me gerado, me parido, me criado, me amado!
Obrigada exército celestial (Dra Carla, Doula Vânia, enfermeira Carla, Poli e Chris e todos
que contribuíram para que esse sonho fosse possível).
É com muita alegria que venho contar o relato do meu parto...
No dia 1º de dezembro o meu instinto de mãe me dizia para eu dar um tapa no visual e na casa, pois a próxima madrugada iria prometer. Então tomei um banho demorado, fiz escova no cabelo, tirei as sobrancelhas. Disse para meu marido Eduardo: vamos dormir meu bem, pois não sei não, mais acho que esta noite será diferente.

Fomos dormir às 00h00 e eu já estava com umas dorzinhas mais fortes. Peguei minha apostila do curso que fizemos de preparação para o parto e li a parte que dizia que, se as contrações começassem à noite, eu poderia ir dormir normalmente, pois acordaria espontaneamente caso as contrações se intensificassem e, foi o que ocorreu. A uma e pouco da madrugada acordamos e dissemos: “Começou!!!”(as 40 semanas e 1 dia de gestação).

Então ficamos juntos e, quando vinham as contrações, eu agarrava nele. Bom, esperamos amanhecer e às 06h30 o Dú ligou para a Vânia. Ela chegou rápido e nos encontrou totalmente no mundo da Partolândia! Eu, deitada na cama, olhei e vi que a Vânia estava sorrindo e, fora de brincadeira, senti uma presença de espírito fabulosa! Vi que ela não veio “sozinha”. Não sei explicar, mas a Vânia é mesmo uma pessoa iluminada! Ela e meu marido me ampararam em todos os momentos: vocalizávamos e respirávamos juntos, alternavam fazendo massagens, colocavam bolsa de água quente em minhas costas, a Vânia dava sugestões sobre o que eu deveria fazer, sentei na bola suíça (apesar de não conseguir ficar muito). A Vânia então encheu a banheira, que ela mesma trouxe, e depois de um tempo fomos até lá. Entrei na água e quase não consegui sair mais. A água me relaxou demais! Foi muito bom! 

De repente, por volta das 12h00, comecei a sentir o “puxo”, ainda em casa. Creio que a Letícia teria nascido tranquilamente em casa, ali no meu banheiro. Sai da banheira e o tampão saiu junto. Bom, vamos para a parte difícil: Tive outra contração forte na porta do carro. A Vânia pegou toda a bagagem, colocou na porta malas, porque eu não deixava que meu marido saísse de perto. Pensei que eu fosse ter um troço, de tanta dor que senti! Acho que, na verdade, foi porque eu não queria ir, queria ficar no aconchego do meu lar. O caminho para a maternidade foi o caminho mais demorado e sofrido da minha vida! 

A Vânia segurava a minha mão,fazia massagens, ajudava como podia e meu marido coitado, tentava dirigir da melhor maneira possível, parando o carro por três vezes. Mas graças a Deus chegamos. Ao entrar no quarto, vi que tudo estava preparado: som ambiente, tudo escurinho, a banheira enchendo. A Dra. Carla chegou, e me lembro de vê-la ao meu lado, com sua presença sutil e delicada, e me deixou super contente quando disse que já estava com 8 dedos de dilatação! Fiquei super feliz e pensei que “estava perto”! Eu não diria Dra. Carla obstetra, mas Dra. Anjo da Guarda, pois foi assim que ela se comportou. Em nenhum momento interferiu, ficou monitorando, passando segurança, observando tudo com muito amor. Digo que veio nos trazer “luz” no momento em que o cansaço já começava a bater na porta.

A enfermeira doula Carla, apareceu como um raio de sol, pacificando todo o ambiente. Ela falava baixinho, segurando a minha mão, me dando forças, me transmitindo calma. Dizia-me para eu deixar minha filhinha sair, para me soltar, me abrir para minha filha e respirava junto comigo. A Vânia e o Dú continuavam revezando, fazendo massagens, derramando água quente nas minhas costas, respirando junto. A Vânia colocou músicas de índio, que eu achei o máximo, pois me fez ingressar no meu trabalho de parto. Imaginava-me no meio da mata, parindo como uma índia! Fui muito bom, muito estimulante! A Vânia registrou de uma maneira tão linda com a câmera, os melhores momentos de nossas vidas! Ahhh!!!... Se não fosse essa equipe, estaria perdida! Agradeço muito aos meus primos Chris e Poli (Perseverança), que me mostraram o caminho para o Parto Natural.

Eu não poderia deixar de relatar a presença fundamental do meu amor Eduardo, companheiro fiel que esteve junto comigo desde o início e embarcou nessa “viagem” maravilhosa. Ajudou-me em todos os momentos, me amou, me resgatou, me olhou fundo nos olhos, como nunca, pedindo para mim não perder a fé, me deu a paz, me doulou e pariu junto comigo. Obrigada meu amor, por ser essa pessoa maravilhosa que você é. Se não fosse você, com toda a certeza eu não iria conseguir chegar ao fim dessa jornada, da maneira perfeita como foi. 

Os três momentos mais marcantes para mim no meu trabalho de parto, foram quando o vérnix da cabecinha da minha filhinha começou a boiar na água e quando a Dra. Carla pediu para eu colocar a mão para sentir sua cabecinha, e pude acariciar seu cabelinho com ela ainda dentro de mim! Depois disso vieram 3 contrações fortes, e eu senti uma queimação forte (o tal círculo de fogo que se apresentava) , e a minha filha descer e coroar em mim. A Dra. Carla ainda precisou fazer uma manobra (ver o relato da Penélope, a malabarista) e nunca mais irei esquecer o meu marido chamando nossa filha para nascer! Nunca havia antes escutado palavras tão doces, frases tão perfeitas “o chamado do pai” e ela escutou! O Eduardo viu nossa filhinha sair de dentro da bolsa lindamente! Nasceu perfeita, saudável, linda! E ficamos ali os três, nos contemplando como se não houvesse amanhã. 

É como se eu tivesse esperado a minha vida inteira para viver aquele exato momento. E a Letícia, a nossa princesinha, olhou para mim com seus olhinhos bem abertos e exploradores, foi o olhar mais profundo e mais lindo que já vi! 

Eduardo, Letícia e Gisele
Eu só tenho a agradecer a Deus e a Nossa Senhora pela família abençoada que me deram!

Ass: Gisele Priscila Fazzani dos Reis

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