O relato dela no GAPN, dizendo que jamais abriria mão da sentir o filho saindo, as perninhas passando: "senti tudo tudo tudo, e foi uma das coisas mais emocionantes da minha vida".
Em 2012, logo depois d'eu ter voltado do Amazonas a Veruska me ligou contando que estava novamente grávida. Adorei saber!
Já no final da gestação marcamos uma conversa. Preparação para o parto era totalmente desnecessária, depois de um parto tão empoderado como aquele que ela já teve! Mas uma conversa para colocar o assunto em dia, e falar um pouquinho sobre o plano de parto, assim eu não teria que ficar perguntando. Conversa rápida também, falamos mais sobre o GAPN do que de qualquer outra coisa. Muita tranquilidade no ar!
Poucos dias depois recebi uma mensagem: "Vânia, só para vc ficar ciente, decidi que vou ter o parto na Casa de Saúde".
E mais um ou dois dias... sábado, 7h30 da manhã o telefone toca: "Vânia, a bolsa acabou de romper"
Conversamos, ela ligou para o médico, todos cientes, ficamos esperando o inicio das contrações.
As 3 da tarde ela ligou novamente: - "Vânia, até agora nada de contrações"...
Conversamos um pouco, e continuamos esperando, muito tranquilamente.
Passou a tarde, veio a noite. Deixei tudo arrumadinho e fui dormir. O telefone tocou à 1 da manhã. Atendi e Veruska estava gritando:
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAIIIIIIIIIIIIIIIIIIII... Vânia, nós estamos indo pra maternidade porque as contrações já estão juntando uma na outra... AAAAAAAAAAAAAAAAAiiiiiiiiiiiiiiiiiii".
Falei que já estava indo, passei correndo em baixo do chuveiro só pra acordar melhor, e no banho percebi que eu estava tremendo! Nunca tinha tido descarga de adrenalina quando me chamam para doular, mas os gritos dela fizeram um bom efeito! rsrsrsrsr
Chamei o táxi que veio rápido, cheguei lá 1h30, poucos minutos depois deles.
Veruska e Sérgio já estavam instalados e a banheira inflável já estava enchendo.
Quando entrei no quarto após os cumprimentos, a enfermeira disse assim:
- "Vânia, eu fiz o exame de toque, ela está com 3cm só, mas não quer voltar pra casa"...
Veruska respondeu:
- "Não tem a menor condição de ficar em casa assim, as contrações estão encostadas uma na outra, de dois em dois minutos! Aí, já ta vindo outra! AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii"!
Eu fiquei muito tranquila nessa hora e apoiei a Veruska: - com as contrações tão próximas, de qualquer forma é melhor fazer a ausculta fetal com frequência, então é melhor ficar mesmo"!
Nessa contração a Veruska ficou de cócoras se segurando na cama, e eu me abaixei e fiz massagem nas costas dela. Quando passou ela disse que estava se sentindo muito cansada, e que ia deitar um pouco.
Fui colocar água pra ferver pra colocar na bolsa de água quente, e o Sérgio daí a pouco resolveu ir esperar em outro lugar, deixou o número na discagem automática do celular da Veruska para chamarmos quando estivesse próximo de nascer. E foi embora.
Veruska falou que nós iriamos ter uma surpresa: -"Vai nascer tão rápido que vcs que vão ter que atender, podem ficar preparadas"!
A enfermeira respondeu com tranquilidade que tudo bem, ela tinha prática.
Como tinha o pessoal da enfermagem entrando e saindo do quarto pq estavam ajudando a encher a banheira carregando água, vinham perguntar se estava faltando alguma coisa, etc, eu percebi que Veruska se incomodava com a falta de privacidade e coloquei um lençolzinho sobre suas pernas para que ela pudesse ficar à vontade. Logo depois ela pediu para subir a cabeceira da cama, ficou bem ajeitada, e vocalizava com tranquilidade durante as contrações, começou a cantarolar um hino, de olhos fechados, muito tranquila.
Eu trouxe a bolsa de água quente para ela, ela mesma colocava de um lado e do outro do quadril. Veio um suco pra ela tomar, pq estava se sentindo fraca, sua última refeição havia sido às 6 da tarde, depois não tinha comido mais nada. As contrações tinham começado as 11 da noite e a uma da manhã já estavam beeeem próximas.
No entanto o suco não estava gostoso, e ela tomou só metade. Mas tinha trazido umas coisinhas de casa e comeu duas bolachinhas., logo seus lábios estavam mais corados e ela sentia-se melhor.
Um fazia massagens em ponto de do-in na mão, e em uma contração particularmente mais forte ela estendeu as mãos, eu as segurei e falei: "puxa"!
Ela puxou e abriu bem a boca, contração compriiiida!
Quando passou eu até falei: "caramba, essa foi forte"! E Veruska respondeu: - "senti tudo abrindo"!
Well... já vi partos rápidos, mas a dilatação estava em 3 há menos de meia hora antes... hehehe...
Mais duas ou três contrações e ela prendeu a respiração... perguntei: "vc está fazendo força"?
R) "Não sei, acho que não".
Mais uma contração, e ela fala... - "tá nascendo"!
A enfermeira estava entrando, eu levantei um pouquinho o lençol, olhei, e falei: - "tá nascendo"!
Ela acendeu a luz, só colocou a cabeça pra fora do quarto e repetiu: "tá nascendo! berço, liguem o berço"!
Entraram mais duas no quarto, começaram a ligar tudo enquanto eu a enfermeira ficamos ao lado dela. Mais uma contração e saiu a cabeça, e na próxima saiu o corpinho!
Veruska imediatamente começou a comemorar: "Conseguiiiiiiiiiiiiiiiiiii de novooooooooooooooooooo, uhuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu! Obrigada meu Jesuuuuuuuuuuuuuuuuuuuus"!
E batia palmas e agradecia aos céus, uma cena muito muito linda!
Liguei para o Sérgio: - "Pode subir que já nasceu"!
A Ana Laura estava sendo atendida, e logo veio para o colo da Veruska. O médico e a pediatra foram chamados e vieram muito rápido. Veruska estava tão na partolândia ainda que até errou o nome do médico duas vezes! rsrsrsrsr
Nada de laceração, nenhuma necessidade de pontos, Ana Laura mamando tranquilamente, família reunida, fui embora com a sensação de missão cumprida, num mundo cada vez melhor para se nascer e para se viver!
Veruska e Sérgio, muito obrigada pela honra dupla de acompanhar a chegada de seus dois filhos!
Ana Laura seja muito bem vinda! Que sua vida seja toda feliz, como foi o dia de sua chegada!
Abraços!
Vânia Bezerra.
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